terça-feira, 7 de outubro de 2014

Onde nos encaixamos no mercado de trabalho? Parte 2

"Os governos locais e regionais brasileiros passaram, grosso modo, a desenvolver relações internacionais a partir da década de 1980, especialmente após a constituição de 1988, que deu início ao processo de redemocratização do país." A Constituição de 1988, deu mais destaque ao federalismo, dando autonomia para os Estados, que passaram a buscar, portanto, suas representações do cenário internacional. O nome disso é paradiplomacia, que consiste no envolvimento dos governos subnacionais, que seriam os Estados Federativos, nas Relações Internacionais.
No Brasil, o Estado do Rio de Janeiro foi o pioneiro em ter em sua estrutura um órgão exclusivamente dedicado às Relações Internacionais. Isso não é mera coincidência, visto que antes de 1960, quando a capital foi transferida para Brasília, o estado fora capital por 200 anos.
Aqui no Rio, temos a Coordenadoria das Relações Internacionais, que possui as funções de:

"1) Assessorar o Prefeito e coordenar sua agenda internacional.
 2) Apoiar e facilitar a execução da atuação externa das secretarias e órgãos vinculados à prefeitura.
 3) Criar sinergias entre os projetos de cunho global levados a cabo pelos órgãos municipais e dar  uma maior coerência à política externa da cidade.
 4) Identificar oportunidades, formular, negociar e acompanhar iniciativas de cooperação.
 5) Negociar e coordenar a implementação de acordos de cooperação e de irmanação.
 6) Preparar ou apoiar missões municipais e participar de eventos e atividades no exterior.
 7) Ser o interlocutor de organismos e agências internacionais, nacionais (de cunho internacional),  órgãos diplomáticos e demais entidades de representação estrangeira.
 8) Organizar e apoiar a vinda de delegações e missões estrangeiras ao Rio de Janeiro.
 9) Auxiliar na organização de eventos internacionais na cidade."

O campo de Relações Internacionais teve sua criação logo após a Primeira Guerra Mundial, onde foi necessária a junção de esforços de muitos profissionais, de diversos ramos acadêmicos, para buscar entender as causas que levaram à guerra e evitar que isso voltasse a se repetir. Entretanto, os conflitos entre os Estados já vêm de séculos antes, porém, somente no último século que uma cadeira acadêmica passou a existir para estudar estes fenômenos sociais.

As informações ditas até agora foram retiradas de um texto que li por acaso para o estágio que faço (mais tarde farei uma postagem sobre o estágio, como consegui, o que estou achando e tudo mais). O material chama-se CEBRI Artigos/ Volume 3/ Ano 8/ 2013 - A inserção Internacional do Rio de Janeiro, por Leonardo Paz Neves.

Ao ler esta revista, algumas coisas vieram à minha mente e pensei que nos fosse útil saber. Quantos de nós achamos que sabemos das coisas, mas na verdade, nunca fomos pesquisar a fundo o que são essas coisas? Todos sabemos o que são as Relações Internacionais, mas poucos de nós sabemos de verdade explicar o que elas são, como surgiram e para quê existem. Poucos de nós se preocuparam em estudar os primórdios das Relações Internacionais no Brasil. Inclusive eu, que já estou  há três anos em uma faculdade que é uma ramificação de RI, moro no RJ e nunca tinha procurado saber da origem das RIs aqui no RJ.
Este texto foi fundamental, porque, juntamente com o estágio que estou fazendo, está esclarecendo na minha cabeça de petropolitana (sim! sou fruto de cidade pequena, sem visão de ampla de mundo que abranja algo fora da tríade "palpável": engenharia, direito e medicina) o que são as RIs e para quê as estudamos.

Sempre achei muito bonito meus professores discutindo o que acontece no mundo, entendendo o que os governos fazem, dando opiniões, e opiniões fortes por sinal, e sempre quis participar de algo que mexesse de verdade com o mundo o qual vivemos. Quando eu tinha meus, sei lá, uns 15 anos, numa aula de matemática, nada a ver com o que eu gostava, uma professora dizia sobre os problemas do país e a importância de se estudar para tentar mudar alguma coisa. Ela disse que cada vez que ela tinha problemas na vida, ela se trancava no quarto para estudar, porque a única saída que ela enxergava para mudar a realidade dela, era estudar. Nem que ela tivesse que estudar chorando. De alguma forma, aquilo foi um primeiro passo para mim. Foi o primeiro passo para eu buscar alguma independência na minha vida. Também foi primeira vez que eu ouvi alguém falando e pensei: "quero ser assim". Só para constar, ela se chama Márcia Spíndola. =)

Todos temos a ambição de melhorar algo, nem que seja pessoal, mas eu sempre quis estar envolvida com algo que mexesse mesmo com as estruturas as quais estamos acostumados. Busquei essa função estudando e repassando conhecimento. Por isso vou seguir o magistério. Mas o mais legal, é ver o interesse do Rio de Janeiro e outros governos do Brasil, nas Relações Internacionais, onde os estudantes podem ser empregados e podem aprender sempre mais, participando ativamente  daquilo que mexe com as estruturas dos nossos estados, países, cidades, "mundos". Alunos de RI e DGEI, uni-vos! Existem secretarias de Relações Internacionais onde temos a possibilidade de crescer e participar ativamente daquilo que queremos mudar. A começar pelos nossos Estados.

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