quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Mercado de Trabalho

O vestibulando Marcos André veio até meu facebook pedir melhores esclarecimentos a respeito do mercado de trabalho... Me senti um pouco estranha por não ter sido tão direta quanto a isso no blog, dessa vez, tentarei deixar diversas opções de trabalho para nós, pessoal de DGEI:

Baseado no material muito bem elaborado pelo professor Henrique, que se importa muito com o futuro e com a qualidade do curso de DGEI, os órgãos que demandam os alunos de DGEI são:

- Ministério da Educação
- Ministério da Defesa
- Base Industrial de Defesa
- Academia


Abaixo, um gráfico de disciplinas que estudamos e depois, um quadro das disciplinas divididas por áreas de conhecimento:





Segundo pesquisa feita pelo professor, 82% das matrículas estão ativas, 13% trancadas e apenas 5% de desistências.

Um fato importante destacado pelo professor é que Defesa não é um tema da moda. É um assunto permanente para um país e este curso estava faltando num país como o Brasil, que vem crescendo muito nos últimos anos.

Teremos as competências de:

- Funcionalismo Público (Analista de Defesa, Segurança e Assuntos Estratégicos, Analista de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilização e Inteligência, Consultor de Infraestrutura Crítica, Diplomata e Paradiplomata, Analista de Comércio Exterior e Cooperação Internacional). Órgãos que necessitam desses cargos: Ministério da Defesa e Secretaria de Assuntos Estratégicos, Secretarias de Segurança Pública e Conselhos de Guarda Municipal, Ministérios, Secretarias, Assessorias e Agências Reguladoras, Congresso Nacional e Assembleias Legislativas, Empresas Públicas e Autarquias)

- Carreira Institucional (Agências, Programas e Fundos das Nações Unidas, Organizações Internacionais Regionais, de Segurança, de Finanças e Temáticas, Voluntário, Contrato e Carreira, Missões de Paz, Agente Humanitário, Mediador, Observador Eleitoral). Essas carreiras merecem mais atenção, pois falta no Brasil a postura de ativismo social. Para ser voluntário da ONU, por exemplo, é preciso ter mais de 25 anos e ensino superior completo. Mas é uma bagagem e tanta não só de experiência de vida, como profissional.

- Gestão Estratégica (Gestor de projetos Estratégicos da base industrial de Defesa, Consultor de Relações Institucionais, Consultor de Produtos Estratégicos de Segurança e Defesa, Representante de Entidades de classe, Analista de Comércio Exterior, Licitações e Tributos, Operador Logístico, de Produção e de Operações, Analista de Segurança Privada)

- Mídia e Cultura (Cobertura de Guerra, Eventos Globais, Encontros de Cúpula, Editor de Análise de Conjuntura, Gestor de redes sociais e de Impacto na Mídia, Museus Militares, Centros Culturais e Arquivos Históricos, Promotor de eventos na área de Defesa, Segurança e Estratégia)

- Ensino e Pesquisa (Estudos de Segurança em Relações Internacionais, Estudos Estratégicos nas Universidades e Escolas Militares, Novos cursos de Graduação em Defesa, Segurança e Estratégia, Disciplinas de Segurança e Teoria nos cursos de Gestão Pública, Comércio Exterior, Secretariado Executivo e Turismo)



Pessoal, isso tudo acima foi contribuição do professor Henrique Paiva, agora vou dar minha contribuição como aluna do curso:

Eu, Dominique, na prática, consegui um estágio no Centro Brasileiro de Relações Internacionais em setembro de 2014. Lá fazíamos pesquisa em sustentabilidade, mas o CEBRI também faz pesquisas com relação a todos os temas possíveis para o Brasil. É um dos maiores think tanks do mundo. O que me ajudou a conseguir a vaga foi ter participado de todos os eventos organizados por alunos do curso, de várias iniciativas dos alunos e muita leitura, inclusive o inglês e até mesmo este blog aqui. Quanto mais vocês se dispuserem a fazer na universidade, maiores as chances de se conseguir um estágio durante a graduação. No CEBRI pude perceber como é mais afundo o ambiente de Relações Internacionais. É muita pesquisa, muita dedicação de tempo, é leitura e muita releitura para que tudo esteja pronto para ser apresentado ao mundo. São muitos contatos. Contatos com empresas, governadores, prefeitos, cidades, estados, etc... Precisa-se pesquisar muito e nem sempre é fácil. O inglês é um requisito inquestionável para quem quer seguir com DGEI. Aos que querem seguir as carreiras de empresa, estejam preparados para a "alienação do trabalhador", pois trabalhar fora de 9 às 18, 19 horas não te deixa tempo para mais nada, fazendo com que você apenas queira ver uma televisão ao chegar em casa e dormir. Chamamos isso de alienação do trabalhador. Não posso dizer por todos, mas pela maioria. Caso você tenha muita força de vontade e de planejamento pessoal, sua vida irá fluir, mas caso seja uma pessoa um pouco enrolada, não irá sobrar tempo para quase nada... A não ser que você durma 3 horas por dia. Tem que ter muita disposição para ir malhar depois do trabalho, cuidar de casa, mercado, contas, etc...
Mas o que é legal, é você ver que seu trabalho tem efeito no seu país, estado, cidade.
Vejam bem, muitos cargos de trabalho também te deixarão ocupado o dia inteiro, mas posso dizer que essa área de pesquisa irá com certeza. Não disse que só esse cargo seria assim, entendem?
Os trabalhadores de lá só vão para casa de noite. É muita carga horária.

Eu, particularmente, prefiro seguir a carreira acadêmica, fazer mestrados, dar aulas, aproveitar do meu conhecimento para escrever sobre, buscar revistas e livros sobre o tema para publicar... Prefiro algo mais flexível. Dar aulas aqui e lá, estudar com tempo flexível, enfim... Nem tudo são rosas, mas empresas definitivamente não dão para mim. Detesto me sentir presa, então, aconselho a vocês a pensarem muito sobre algumas características de personalidade de vocês antes de entrarem em DGEI, ou antes de escolherem carreiras e tal.
DGEI promete muita coisa, mas tem que ralar.
Não é como outras profissões liberais onde o profissional pode fazer seu horário, como psicologia, medicina, etc.
Na carreira acadêmica, por exemplo, a exigência de formação será contínua e pelo resto da vida. Nunca irei parar de estudar, mas eu, Dominique, gosto disso. Vocês gostam?

Penso que tudo o que envolva DGEI, exigirá muitos idiomas, muitos conhecimentos, muita leitura, muita dedicação, muita proatividade, muito interesse, muito tudo. Agora, garanto que a conquista de cada um desses cargos citados acima pelo professor Henrique, valerá cada gota de suor. É muito mais legal você perceber que contribuiu para mudar seu país do que ficar dentro de um escritório ou consultório esperando pelo próximo paciente, pelo menos eu acho isso.
Imagina participar de trabalhos com crianças africanas carentes, guerras e paz, segurança no seu país, contribuir diretamente para a melhoria da condição social de tantas e tantas famílias?!
Eu admiro isso.
E vocês?

Como profissões que eu enxergo como aluna:

1- Quem tem que entender a conjuntura internacional para ajudar das relações de uma empresa brasileira no exterior? Nós.
Exemplo:
- Quero abrir uma empresa de jornalismo investigativo na Coreia do Norte.
- Vai lá... Aproveita e fala mal do Kim Jong-un.

Gente, não rola! Alguém tem que estudar a situação da Coreia do Norte para dizer se uma proposta dessas é viável.

2- Quem tem que entender se a Petróbrás está podendo se relacionar com os países árabes neste momento frágil para todos por lá? Nós.

3- Fronteiras: O Exército vai lá e faz o serviço, mas nós podemos contribuir com o pensamento estratégico para isso. Como se dão as relações entre Brasil e Colômbia?

4- Saúde: Quais são as políticas que devem ser feitas para contribuir para a melhoria da saúde para uma cidade brasileira, um Estado? Não são somente políticos que fazem isso, aliás, nós também seremos políticos, ainda que não eleitos pelo povo, mas podemos contribuir com estudos e pesquisas.

5- Bioética: As pílulas para não dormir e trabalhar mais são éticas até que ponto?

6- Organizações Internacionais: Diplomacia, Curso Clio... Voluntariado da ONU... ONGs

7- Direito: Questões Humanitárias, Direitos Humanos, Políticas para defender aqueles que realmente precisam da atenção do governo, pessoa discriminadas e sem acesso ao estudo necessário, pessoas dependentes químicas, desempregados, na fila de espera do sus... Direito Internacional Público: Podemos ajudar a entender a posição do Brasil com relação a questões internacionais. Nosso direito vale mais que o direito internacional? Como julgar certos fatores?

8- Guerras, diplomacia: Quais são os melhores caminhos para o Brasil ganhar espaço no mundo lá fora? Quais as melhores posturas e serem tomadas? Devemos nos relacionar com qualquer país, independente do que seus chefes de estado façam com suas populações? O que é interesse? O que é ética? O que é economia? O que é o Estado?

9- Gestão: Matérias do COPPEAD. Saibam mais sobre empresas em DGEI, sim!

10- Questões Globais: Meio Ambiente, por exemplo. Políticas de construção de empresas e cidades sustentáveis.

Temos um imenso leque de possibilidades, mas tem que se lutar pelo lugar ao sol. Nada virá facilmente em DGEI, a menos que você tenha uma família que já tenha aberto portas para você.

Pessoal, tem muita coisa para ler aí, acho que vocês terão que ler algumas vezes para pegar tudo. Tentei ser realista. Não adianta prometer que seremos os grandes "jogadores de WAR do mundo" (piada interna, quem entrar, entenderá) =), que faremos e colocaremos para funcionar políticas e que mudaremos o mundo, sem muito esforço para isso. Tem que ler muito e se dedicar muito, mas o prêmio será muito bem recebido! A sensação de trabalho cumprido será grandiosa e honrosa.

Boa sorte, Gestores Estratégicos Internacionais!

A nota do enem saiu hein, Corram já!



9 comentários:

  1. Olá , bem esclarecedor e completo, o post, tirou algumas dúvidas que tinha em relação á isso, mas você poderia, por favor, explicar mais sobre a diferença entre esse curso e o curso de relações internacionais ? obrigada ! (:

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  2. Eu estou literalmente engolindo o seu blog, que já esta nos meus favoritos, muito obrigada por esclarecer algumas das dúvidas que estavam me mantendo acordadas a noite, agora, eu tenho certeza que esse curso é o curso que eu estive procurando, durante todo o meu ensino médio, adoraria um contato pra poder me comunicar com você e tirar outras dúvidas, espero que eu consiga passar esse ano, mais uma vez meu sinceros agradecimentos, o seu blog é o melhor informativo, que eu achei, sobre esse curso.
    atenciosamente Sara

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  3. Olá priscila, eu enviei um email para um amigo para esclarecer estas diferenças entre os dois cursos, você pode me enviar um email que eu te respondo assim como respondi a ele.
    "Forfelue", você também pode me enviar emails.

    dominique_m_souza@live.com

    Abraços

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  4. Dominique, muito obrigada pelas informações. Esclarecedoras. É isso que quero para minha vida!!!

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  5. Dominique, muito obrigada pelas informações. Esclarecedoras. É isso que quero para minha vida!!!

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  6. Dominique, muito obrigada pelas informações. Esclarecedoras. É isso que quero para minha vida!!!

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  7. Dominique, muito obrigada pelas informações. Esclarecedoras. É isso que quero para minha vida!!!

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  8. Obrigada! Sou aluna de 2020.1 e por conta da pandemia estou em casa estudando mas como nunca tive 1 aula ainda muitas vezes a falta de instrução me faz pensar se é melhor trocar de curso. Essas informações foram muito valiosas.

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  9. Esse texto foi de grande ajuda!! Eu queria muito entrar pra Relações Internacionais mas minha nota não foi suficiente. Achei o curso de DGEI super por acaso explorando o Sisu, desde então comecei a pesquisar sobre e tô gostando bastante porque tem várias matérias parecidas com a grade de R.I. Muito obrigada!

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